A violência sexual contra qualquer pessoa é uma prática grave e seriíssima e não deve jamais ser tolerada sob aspecto algum. Agora, imagina esse tipo de violência contra crianças e adolescentes, pessoas em formação e vulneráveis.
Mas que ninguém se iluda e nem baixe a guarda: a todo instante e em todo lugar do Brasil e de Sergipe crianças e adolescentes são submetidos a esse tipo de abuso. E o mais perigoso: na maioria das vezes, dentro da família e por familiares – pais, padrastos, avôs, tios, irmãos, vizinhos e cuidadores.
A situação inspira tanto cuidado e rigor que foi instituído um dia nacional de combate a essas práticas, e é exatamente o 18 de maio – que este ano caiu nesta terça-feira. É o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual. Muitas instituições e muitas cidades brasileiras levaram a sério, com programações efetivas de mobilização de suas comunidades.
Poço Verde, em Sergipe, foi uma delas. A gestão desta cidade, sob o comando do prefeito Iggor Oliveira, PSD, pôs em ação a Campanha Faça Bonito, com o tema Proteja Nossas Crianças e Adolescentes, durante uma semana, encerando nesta terça com uma carreata pela cidade.
Toda a programação foi coordenada pela Secretaria Municipal de Inclusão, da Assistência Social e Trabalho, em parcerias produtivas com as Secretarias de Saúde, de Educação, de Comunicação e do Conselho Tutelar e do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente – Condica. “Juntas, essas Secretarias e os Conselhos planejaram ações concretas e de alcance geral da população”, diz a secretária municipal de Educação da cidade, Edilânia da Silva Souza, a Laininha.
Pedagoga com especialização em Gestão Pública, professora da rede estadual e gestora de escola pública há sete anos, Laininha é do tipo que acha que diante do tema violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes não dá para se descuidar. Ela defende uma ação continuada e ativa.
“Neste ano, por exemplo, foram realizadas diversas atividades em prol da prevenção e do combate à violência sexual, como o encontro formativo com os professores da rede municipal de ensino através de plataforma digital, rodas de conversa com profissionais da área, divulgação e discussão sobre o tema na rádio local, mobilização nas ruas e na feira livre com entrega de panfletos, reuniões de rede e, por fim, nesse dia 18, para fechar a semana alusiva ao combate, ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, aconteceu uma carreata nas ruas da cidade. Com o tema Proteja Nossas Crianças e Adolescentes, vestimos camisas laranjas e abraçamos essa causa”, diz ela.
Segundo Edilânia da Silva Souza, “a Prefeitura Municipal de Poço Verde, vem se destacando em ações relacionadas ao tema”, através da Secretaria de Assistência Social e das demais associadas. “O Governo Municipal abraçou a proposta da campanha, que é a de mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos de crianças e adolescentes, bem como trabalhar a conscientização para o enfrentamento à violência sexual contra pessoas dessa faixa”, diz ela.
Este ano, em razão do contexto da pandemia do coronavírus, a mobilização foi pelas redes sociais, mídia local e exposição de faixas e banners em locais públicos da cidade. Mas nem por isso menos exitosa naquilo a que se propunha.
“Porque é importante conscientizar a população de que abuso sexual é a utilização do corpo de uma criança ou adolescente por um adulto ou adolescente para a prática de qualquer ato de natureza sexual. Já a exploração sexual é a utilização sexual de crianças e adolescentes com a intenção do lucro ou troca, seja financeiro ou de qualquer outra espécie”, exemplifica Laininha.
A secretária de Inclusão, da Assistência Social e Trabalho adverte as pessoas sobre o perigo do silêncio nessa seara. “O silêncio de quem suspeita pode custar uma vida. Quem cala é cúmplice. As próprias vítimas também podem buscar ajuda nos Centros de Referências Especializado de Assistência Social – Creas – da nossa cidade, acompanhadas ou não por um adulto de sua confiança. Ser protegida é um direito de toda criança. Em casos de suspeita, as pessoas podem denunciar junto ao Disque Direitos Humanos, ligando para o número 100. A ligação é anônima e gratuita, ou também no Conselho Tutelar”, diz ela.
Segundo Laininha, na origem do 18 de maio como o dia de enfrentamento ao abuso sexual de crianças e adolescentes está um caso rumoroso e triste. “Esse dia foi escolhido porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória, no Espírito Santo, um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como “O Caso Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados, foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. O crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje está impune”, diz ela.
Para Laininha, Poço Verde não estaria liderando a reatividade nessa área não fosse a sensibilidade da gestão municipal da cidade. “Portanto, desde já gostaria de agradecer o apoio incondicional do prefeito Iggor Oliveira, que não mediu esforços para que as ações pudessem acontecer e, de forma especial, à primeira dama Cláudia Abreu, que mostrou sensibilidade e preocupação a todo momento quanto ao tema abordado. Sem o apoio e participação do Conselho Tutelar, das equipes das Secretarias Municipais de Assistência Social, Saúde, Educação e Comunicação Social nada do que foi executado seria possível”, afirma Edilânia da Silva Souza.
Fonte: JL Política