Esta é a empresa mais fascinante do comércio varejista mundial. O Walmart foi fundado por Samuel Moore Walton em Bentoville, pequena cidade do Estado de Arkansas nos EUA. Tudo começou com apenas 25 mil dólares, 5 mil com capital próprio, o qual Sam tinha ganhado servindo ao exército e 20 mil emprestados do seu sogro, com a compra de uma franquia da Ben Franklin em meados da década de 1940, loja de miudezas, que evoluiu para a Walton’s Five (lojas similares as lojas de 1,99 que já tivemos no Brasil) e posteriormente já na década de 1960 surgiu o Walmart e assim foi o início de um grande negócio, diga-se de passagem, o mais notório da segunda metade do Século XX, o nome do conglomerado é uma junção da palavra MARKET supermercado em inglês com o nome da família WALTON.
Para muitos o Sr. Walton é considerado o “pai do varejo”. Sam ao que parece possuía o DNA para os negócios, antes dos 10 anos ele já ganhava dinheiro vendendo leite da pequena propriedade rural de seu pai, vendia também assinaturas de revistas e jornais. Vale ressaltar que Sam era um sujeito de hábitos simples e peculiares e mesmo após todo o sucesso nos negócios Sam não perdeu a sua simplicidade e manteve seus hábitos tacanhos como dirigir sua velha caminhonete com compartimento para seus cães de caça (único carro que ele possuía), comprava suas roupas e sapatos nas campanhas de descontos da sua própria empresa e viajava de classe econômica.
Os números do Walmart são impressionantes, se o mesmo fosse um país o seu PIB seria igual ao PIB do Chile e Peru somados é igual ao PIB da Argentina e igual há um terço do PIB do Brasil, o faturamento global da varejista chegou a cifra de 538 bilhões de dólares, isso em números de 2021 (em real esse número se aproxima de 2,6 trilhões na cotação atual), sendo a maior empesa de varejo do planeta superando a gigante Amazon de Jeff Bezos, segundo a National Retail Federation (maior associação de comércio varejista do mundo), o conglomerado é a única empresa de varejo com presença física nos 05 continentes, com 55 bandeiras (nomes) diferentes, no Brasil opera com 10 marcas diferentes: Bompreço, Hiper Bompreço, Todo Dia, Maxxi Atacado, Big, Nacional, Mercadorama, Sam’s Club, Walmart e Walmart Supercenters (parte das ações do Walmart Brasil foram vendidas recentemente e a empresa passa por reestruturação, algumas marcas serão extintas), a varejista entrou no Brasil em 1995 abrindo lojas do Sam’s Club em São Caetano do Sul/SP, fez algumas aquisições de redes menores ampliando a sua área de atuação e em 2004 deu um grande salto ao adquirir a rede nordestina Bompreço com mais de 100 lojas e assim se tornou a terceira maior rede de supermercados do Brasil, a empresa é o maior empregador privado do planeta com 2,2 milhões de funcionários (associados como eles preferem chamar). Vale lembrar também que na construção desse mega negócio Sam sempre teve ao seu lado seu irmão Bud Walton seu irmão e Hellen Walton sua esposa.
Todo esse falatório acima foi escrito apenas para fazer uma referência à citação de Sam Walton na última página de sua autobiografia (Made in América – recomendo a leitura) escrito poucas semanas antes de sua morte, segue a citação: “… poderia uma história do tipo do Walmart ocorrer ainda hoje? A minha resposta é que certamente poderia acontecer de novo. Neste momento, em algum lugar, deve existir alguém, provavelmente centenas de milhares de “alguéns”, com ideias em número suficiente para percorrer todo esse caminho. Ele será percorrido novamente, muitas vezes, desde que alguém deseje realmente fazer o necessário para chegar lá. É apenas uma questão de atitude e capacidade de estudar constantemente, e uma questão de administração do negócio”. (Sam Walton – Livro Made in América, páginas 225 e 226 da edição brasileira). Está fala de Sam Walton é citada por Jeff Bezos em sua biografia intitulada: “A loja de tudo”, (página 88 da edição em português) que conta a história da Amazon.
A História é cíclica, ela percorre um eterno começo e recomeço das coisas, sendo assim novos Sam Walton’s continuam surgindo ao longo da História, revolucionando o mundo corporativo e mudando sua e a vida de milhares de pessoas no caso do Sam Walton milhões de pessoas a sua volta.
Podemos observar esse espírito empreendedor revolucionário na vida do Bill Gates (Microsoft), Steve Jobs (Apple), Jeff Bezos (Amazon), Warren Buffet (Berkshire Hathaway), Samuel Klein (Casas Bahia), Júlio Simões (Júlio Simões Logística), Carlos Wizard (Escolas de inglês Wizard), Roberto Justo (Grupo Newcomm), Geraldo Rufino (JR Diesel) e tantos outros do presente e do por vir.
Por trás de um grande império empresarial existe na maioria das vezes um ser humano que começou pequeno e conseguiu prosperar, mas infelizmente o nosso modelo de educação exacerbadamente marxista colocam o rico como um “ser do mal” que estar sempre tramando maneiras de explorar os coitados dos empregados (leia-se escravos), o marxismo de certa forma promove a inimizade entre as classes neste caso ricos x pobres e empregador x empregados e isso é muito ruim para a sociedade. De uma maneira geral de uma forma ou de outra todos nós precisamos viver em harmonia porque o empregado precisa do empregador e vice-versa.
Como escreveu Adam Smith “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles tem pelos próprios interesses. Apelamos não à sua humanidade, mas ao seu amor-próprio, e nunca falamos a eles das nossas próprias necessidades, mas das vantagens que eles podem obter”. É óbvio que o Sam Walton não era um santo caridoso, mas na busca dos seus interesses indiretamente ajudou milhões de pessoas gerando emprego e renda dos quais este que vos fala sou um, era Associado do Bompreço Bahia S/A quando o Walmart adquiriu em 2004, hoje vejo com satisfação esse trecho da minha história, fiz parte da melhor e maior empresa de varejo do planeta terra.
Há propósito Sam Walton distribuiu ações do Walmart para todos os funcionários que iniciaram o negócio com ele e até os dias atuais a varejista mentem um programa de bonificação por resultados, PLR – Participação no Lucros e Resultados.
Pessoas como Samuel Moore Walton (In Memorian, 1918-1992) devem sempre serem lembradas e honradas pelo bem que fizeram a sociedade em que viveram e porque não dizer a geração que viveram e as gerações futuras, honradas pelo seu legado, Sam é um exemplo a ser seguido.
Que se levantem novos Walton’s nesta geração.
Reinaldo Valverde Pereira, Licenciado em História e Bacharel em Teologia, Professor da Rede Estadual da Bahia e Sergipe, Jornalista sem diploma e autodidata em empreendedorismo. Instagram: @professor.valverde Twitter: @profvalverde
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