Não é novidade que o Brasil vive um clima tenso de polarização, ao que parece no Brasil só existe dois nomes capazes de governar o Brasil, segundo a opinião da maioria absoluta, é o exército vermelho contra o exército verde e amarelo.
Até aí nada de anormal, o que nos parece fora da normalidade é a demonização exacerbada do lado oposto, se tornou proibido expressar opinião sob pena de ser considerado a pior espécie de ser humano.
Esse pensamento hegemônico tem afetado profundamente o jornalismo, boa parte dos profissionais nas redações claramente optam por um dos lados, mas esse não é o problema, a questão é que repetidamente afirmam ser imparciais, mas ao ler seus escritos e assistir seus vídeos é claro o lado político.
Não vejo problema em ter lado político no jornalismo, mas a pessoa precisa decidir de uma vez o seu lado e produzir seu conteúdo direcionado, e não ficar fingido imparcialidade, mas na prática fazendo propaganda de um lado e demonizando o outro.
Os jornalistas honestos que procuram trabalhar com imparcialidade, estão “num beco sem saída”, porque os leitores e seguidores ficam a todo tempo cobrando um posicionamento, se põe uma notícia boa referente ao exército verde e amarelo, o exército vermelho “desce a lenha”, e se coloca uma notícia boa sobre o exército vermelho o exército verde e amarelo faz o mesmo, e ai basta não concordar com a notícia que a mesma vira “Fake News” na mesma hora, o conceito de notícia falsa atualmente não está relacionado com verdades ou mentiras, está diretamente relacionado com o “eu concordo ou eu não concordo” sendo assim quem quer continuar na imparcialidade, precisa o tempo todo está disposto a ser xingado e ridicularizado por ambos os lados.
Neste acaso a maioria escolhe uma banda e assim é xingado apenas por um dos lados, lembrando que jornalista também é gente, é cidadão e tem direito a suas opiniões, mas trabalho é trabalho, na hora de noticiar precisa engolir muitas vezes suas próprias convicções e noticiar os fatos deixando de lado as suas emoções e preferências políticas, a não ser que o veículo de comunicação para o qual trabalho seja direcionado, mais uma vez digo não tem problema nenhum ser comunicador, porta-voz do exército vermelho ou verde e amarelo, o problema está no fingir imparcialidade quando a mesma passou bem longe.
Tempos sombrios!
Por Reinaldo Valverde, Licenciado em História, professor da rede estadual de educação da Bahia e Sergipe e jornalista sem diploma no Portal de Notícias Simão Dias Como Eu Vejo.
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