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O voto e a defesa da democracia

O segundo turno das eleições se aproxima e aqui reforçamos a importância de votar, ou seja, de cumprir com o seu dever cívico, mas com a clareza de que sua escolha se baseia em princípios. Em particular, os democráticos e a definição de que seu voto tem o objetivo de tentar eleger o candidato (a) que tem em sua proposta de campanha a defesa da melhoria das condições de vida para toda a população. Especialmente àqueles de que mais necessitam do apoio do Estado.

O índice de abstenção no 1º turno das eleições divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é de 20,95%, isso corresponde a exatamente 32.770.982 eleitores, os quais delegaram para os demais a escolha dos seus governantes mesmo que, claramente, estes eleitores não concordassem com determinadas propostas de muitos candidatos.

Por mais que nossa democracia seja jovem (Constituição de 1988), não podemos aceitar um índice de abstenção tão elevado. É preciso viabilizar mecanismos que possibilitem o entendimento dos eleitores de que a melhor opção é o voto no candidato de sua escolha. Contudo, este voto deve estar alinhado com os princípios democráticos estabelecidos em nossa Constituição. É inaceitável a defesa de princípios opostos e, muito menos, a escolha de candidatos que façam tal defesa.

Para este momento histórico, se faz necessário o reforço da importância de votar e um dos instrumentos disponíveis são os meios de comunicação de massa, os quais – no meu entendimento – devem reforçar dois pontos: a importância do voto e a escolha de um candidato que se comprometa com os princípios democráticos e a defesa da população que mais necessita do apoio do Estado.

Em longo prazo, acredito que passado esse processo de recuperação da pandemia que ainda continua presente nas escolas, é muito importante a reflexão direta sobre o processo eleitoral que ocorre em todos os níveis e em todos os entes federativos. Precisamos acreditar na força da educação para contribuir com a formação de um cidadão que possa analisar a situação social em que vive, debater sobre ideias com argumentos, saber ouvir, fortalecer laços de amizade, mesmo com pessoas que pensem diferente e que possa analisar criticamente a sociedade e colaborar para a construção de um mundo cada vez mais justo e que atenda aos interesses de toda a população. 

Contudo, mais do que acreditar, é preciso trabalhar efetivamente para formar cidadãos (eleitores) que não renunciem ao seu direito de voto e da escolha dos seus governantes e consigam realizar o acompanhamento das suas propostas, realizando cobrança da sua efetivação para que ocorram melhorias nas condições de vida de toda a população.

Por Marcos Aurélio Silva Soares, mestre em Educação e coordenador de Cursos de Pós-Graduação na área de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.

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