Racismo ambiental é a discriminação racial sofrida pela população não branca, que é submetida sistematicamente a situações de degradação ambiental. O termo também se refere à falta de elaboração de políticas ambientais e direcionamentos para comunidades negras, o que faz com que eles não tenham instalações corretas para descarte de resíduos, além de conviverem na presença de venenos e poluentes que causam risco de morte.
Em outros termos, pode-se dizer que o racismo ambiental se refere às injustiças sociais e ambientais que impactam grupos étnicos em situação de vulnerabilidade. Ele abrange os negros e também quilombolas, comunidades indígenas, ribeirinhas e periféricas, entre outras.
Exemplos de racismo ambiental no dia a dia
O simples exercício de olhar nossa cidade pode nos ajudar a entender como o racismo ambiental funciona. Você já parou para pensar, por exemplo, onde ficam os aterros sanitários? E qual é o perfil dos moradores que vivem ao redor desses aterros?
O mesmo é válido para o sistema de coleta de lixo. Comunidades periféricas costumam sofrer com precariedade nesse quesito, além de muitas vezes não terem acesso à água e esgoto tratados. E quem mora nessas comunidades, em sua maioria? Pessoas não brancas, que também costumam ser excluídas dos processos de elaboração das políticas ambientais.
Consequências do racismo ambiental
O racismo e a injustiça ambiental geram uma série de consequências negativas para as comunidades. Entre as principais, estão as mazelas das degradações ambientais, tais como: Queimadas, Poluição, Inundações, Contaminação pela extração de recursos naturais por parte das indústrias, Falta de saneamento básico, Problemas de saúde devido à exposição a resíduos tóxicos e Situação precária de moradia.
Dados sobre o racismo ambiental no Brasil
Dois grandes desastres ambientais que aconteceram recentemente no Brasil comprovam a existência do racismo ambiental. Um deles foi o rompimento da barragem em Mariana, em Minas Gerais. A lama tóxica matou 19 pessoas, sendo a maioria delas pessoas negras (84,5%).
O rompimento da barragem em Brumadinho, também em Minas gerais, é mais um exemplo do racismo ambiental no Brasil. 58,8% dos 259 mortos e 70,3% dos 11 desaparecidos se declaravam como não brancos e tinham renda média abaixo de 2 salários mínimos.
Fonte: Educa Mais Brasil