Uma publicação do Ministério da Saúde no Instagram causou polêmica por substituir a palavra “mãe” por “pessoa que pariu”. A postagem em questão traz informações sobre o puerpério, período pós-parto que provoca uma série de mudanças no corpo e mente da mulher.
– O que é o puerpério? Também conhecido como pós-parto, puerpério é o período que ocorre após o parto. Nesta fase, o corpo de quem pariu está em processo de recuperação passando por uma série de modificações físicas, emocionais e psicológicas – diz o texto.
E continua:
– Estima-se que o tempo médio do puerpério é de seis semanas, começando imediatamente após o parto do bebê. Contudo, esse período pode ser variável de acordo com cada realidade, especialmente quando relacionado à amamentação. Durante esta fase, a pessoa que pariu ou vivenciou uma perda gestacional está readequando a sua rotina à nova realidade.
A iniciativa tem levantado questionamentos nas redes sociais sobre tornar mulheres invisíveis ou apagar termos como “mãe” e “maternidade”.
– Pessoa que gesta? Estão com medo da palavra mulher? – questionou uma professora – Não é inclusão quando gera apagamento – continuou.
A substituição atende ao ativismo ideológico da identidade de gênero, no qual pessoas trans (mulheres biológicas que não se sentem mulheres) e pessoas não binárias (que não se sentem mulheres, nem homens) se sentem ofendidas com palavras femininas.
ASSOCIAÇÃO DE MULHERES CRITICA TERMO
A Associação de Mulheres, Mães e Trabalhadoras do Brasil (Matria) também se pronunciou sobre o assunto e criticou a troca da palavra “mãe” pelo termo “pessoa que pariu”.
Em uma nota de repúdio, a instituição diz “que há uma adesão total do governo atual a uma ‘cultura woke’ que privilegia demandas masculinas e desumaniza mulheres”.
– Não somos mais consideradas seres humanos do sexo feminino mas sim uma “identidade”, uma “performance”, um conjunto de “estereótipos” ou “intervenções estéticas” que poderiam ser adotados por qualquer um.
Leia na íntegra:
Em 14/01/2024 o Ministério da Saúde mais uma vez publicou em suas redes sociais comunicado direcionado a mulheres no qual se refere a nós com termos extremamente desumanizantes, como “pessoa que gesta” e “pessoa que pariu”.
Percebemos que há uma adesão total do governo atual a uma “cultura woke” que privilegia demandas masculinas e desumaniza mulheres: não somos mais consideradas seres humanos do sexo feminino mas sim uma “identidade”, uma “performance”, um conjunto de “estereótipos” ou “intervenções estéticas” que poderiam ser adotados por qualquer um.
Para que essa ideologia se sustente, é preciso dissociar a palavra mulher de tudo que é exclusivo ao sexo feminino, como menstruar, gestar, parir ou amamentar, ou restaria claro que nenhuma pessoa do sexo masculino pode reivindicar para a si a nomenclatura “mulher”.
E assim o governo nos faz regredir, em pleno século 21, ao status contra o qual lutamos há milênios: o de sermos vistas apenas como um corpo desprovido de cidadania, um “corpo que pare”, uma “pessoa com útero”, “que menstrua”, “com vagina” ou qualquer outro termo desumanizante como os que o governo vem adotando por meios de seus órgãos oficiais, sob o manto de um suposto progressismo.
Fonte: Pleno News