O ex-deputado federal José Genoino (PT-SP) disse, em uma transmissão ao vivo, neste sábado (20), achar interessante “a ideia de boicote” a “determinadas empresas de judeus” e a “empresas vinculadas ao Estado de Israel”.
O petista comentava sobre deixar de fazer compras na Magazine Luiza por causa do apoio da empresária Luiza Trajano a um abaixo-assinado que pedia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistisse de apoiar uma ação da África do Sul contra Israel por genocídio.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou “veementemente” a fala de Genoino, que classificou como antissemita.
– O boicote a judeus foi uma das primeiras medidas adotadas pelo regime nazista contra a comunidade judaica alemã, que culminou no Holocausto – afirmou a entidade.
E completou:
– A Conib mais uma vez apela às lideranças políticas brasileiras que atuem com moderação e equilíbrio diante do trágico conflito no Oriente Médio, pois suas falas extremadas e em desacordo com a tradição da política externa brasileira podem importar as tensões daquela região ao nosso país.
Genoino falava em live no canal DCM TV, no YouTube. Um comentarista afirmou estar decepcionado com Luiza Trajano. A empresária apoiou um abaixo-assinado que pedia que Lula reconsiderasse o apoio à África do Sul na acusação de genocídio contra Israel. Mais de 17 mil pessoas assinaram o manifesto, que chama a acusação sul-africana de infundada e pede uma abordagem “justa e equilibrada” do governo brasileiro.
Em seguida, outro participante da live, Prof. Viaro, diz que há comentários nas redes sociais de pessoas que deixariam de comprar na Magazine Luiza. Genoíno, então, comentou que acha “interessante” a ideia de boicote a certas empresas.
– Acho interessante essa ideia da rejeição, essa ideia do boicote por motivos políticos que ferem interesses econômicos, é uma forma interessante. Inclusive, tem esse boicote em relação a determinadas empresas de judeus – disse.
Em seguida, Genoino acrescentou:
– Há, por exemplo, boicote a empresas vinculadas ao Estado de Israel. Inclusive, acho que o Brasil deveria cortar as relações comerciais, na área da segurança e na área militar com o Estado de Israel.
Procurado pela reportagem, José Genoino não quis se manifestar.
*Com informações AE