“Quando Maduro fala é crítica, quando eu falo é crime?”, diz Bolsonaro após ditador questionar urnas

Foto: EFE/ Sebastiao Moreira

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a ironizar, nesta sexta-feira (26), a forma como o governo Lula reagiu às críticas do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ao sistema eleitoral brasileiro.

Na semana passada, Maduro afirmou que os resultados das urnas eletrônicas do Brasil não são auditáveis. A declaração levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a desistir de enviar seus observadores para acompanhar a eleição no país vizinho.

“Até o Maduro agora deu um passinho para a direita. Eu até o chamei de ‘my friend’”, disse Bolsonaro. O ex-presidente discursou durante a convenção do PL em Porto Alegre (RS).

Apesar da escalada das críticas de Maduro, o presidente Lula (PT) enviou seu assessor para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, à Venezuela para acompanhar o pleito.

O ministro das Relações Exteriores da ditadura chavista, Yvan Gil, recebeu Amorim em Caracas na noite desta sexta (26). O ex-chanceler minimizou as declarações de Maduro sobre o Brasil, dizendo que “não foram ofensivas”, que “foram alusões”.

Bolsonaro comentou a resposta e disse que Amorim considerou a fala do ditador como “uma crítica construtiva”.

“Ora, quando ele [Maduro] fala é uma crítica, e quando eu falo é crime?”, apontou o ex-chefe do Executivo. Na quarta (24), Bolsonaro já havia reagido à tentativa de parte da imprensa brasileira de associá-lo ao ditador.

“Maduro is my friend”, disse o ex-presidente em uma publicação no X.

Bolsonaro questionou segurança das urnas
Bolsonaro há muito tempo questiona a segurança do sistema eletrônico, alegação negada pelo TSE. A Corte eleitoral reforça que as urnas são seguras, confiáveis e que todo o processo eleitoral é aberto a entidades fiscalizadoras. Segundo o Tribunal, nunca houve fraude nas eleições, desde que a votação eletrônica foi adotada.

Em 2022, o Partido Liberal (PL) chegou a questionar o resultado de 279 mil urnas no segundo turno. O ministro Alexandre de Moraes multou a legenda em R$ 22,9 milhões.

Em junho do ano passado, o TSE tornou Bolsonaro inelegível por realizar uma reunião com embaixadores, em julho de 2022, na qual criticou a segurança das urnas eletrônicas. A Corte eleitoral condenou o ex-mandatário por abuso de poder político e desvio de finalidade em uma ação movida pelo PDT.

Fonte: AgênciaBrasil

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