Conselho Nacional Eleitoral declara Maduro vencedor das eleições na Venezuela, oposição contesta resultado

Venezuelanos foram às urnas neste domingo, 28, em uma eleição presidencial tensa e crucial, que colocou à prova a continuidade do chavismo, no poder há 25 anos.

O ditador Nicolás Maduro, que enfrentava como principal adversário Edmundo González Urrutia, venceu as eleições com 51,2% dos votos, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral. Com a vitória, ele terá um terceiro mandato consecutivo, que o projeta para 18 anos na presidência venezuelana.

“A Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo Gonzaléz”, declarou María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, no primeiro discurso após Maduro ter sido anunciado como reeleito pela Justiça eleitoral do país, que é controlada pelo ditador. “Ganhamos, e todo o mundo sabe”, disse Corina, afirmando que González obteve 70% dos votos e Maduro, 30%, diferentemente dos dados divulgados pelo CNE, que apresentaram Maduro vencedor com 51,2% dos votos contra 44,2% do opositor.

“Neste momento temos mais de 40% das atas. Estamos recebendo todas as atas que o CNE transmitiu e todas as informações coincidem que Edmundo recebeu 70% dos votos e Maduro 30% dos votos, esse é a verdade”, disse. “Já ganhamos e todo o mundo já sabe. Isso tem sido algo tão grande e abrumador que ganhamos em todos os cantos do país, em todas as cidades do país, em todos os Estados do país.”

“Quando digo que quando todo mundo sabe o que aconteceu aqui, me refiro ao próprio regime. Eles sabem o que pretendem fazer. Isso sabe toda a comunidade internacional, até mesmo os aliados. Todos sabem que os venezuelanos votaram por uma mudança.”

02h07 Corina Machado não reconhece Maduro como vencedor

Corina Machado afirmou que oposição seguirá defendendo a verdade e pediu para que aliados sigam acompanhando pleito.

“Quero pedir a cada um dos nossos mesários e fiscais que daí ninguém sai, e peço a toda a comunidade da Venezuela que vá em família acompanhar a apuração em todos os centros de votação. Seguimos registrando a vitória de Edmundo González Urrutia em toda parte de Venezuela e é abrumadora.”

Terminou dizendo: “Nos próximos dias vamos seguir anunciando as ações para defender a verdade.”

González Urrutia se pronunciou logo em seguida: “Os venezuelanos e mundo todo sabemos o que aconteceu hoje. Aqui foram violadas as normas já que não foram entregues todas as atas”. “Nossa mensagem de reconciliação segue vigente. Nossa luta continua e não descasaremos até que a vontade do povo de Venezuela seja respeitada.”

Quando questionado se estava chamando os venezuelanos a ir às ruas, o diplomata afirmou que não estava chamando para a violência. “É uma celebração cívica”, concordou Corina Machado.

01h59 Gabriel Boric diz que Chile não reconhecerá resultados que não sejam verificáveis

O presidente chileno Gabriel Boric criticou o resultado das eleições venezuelanas, que deram ao ditador Nicolás Maduro um terceiro mandato, e disse que o Chile não reconhecerá resultados que não sejam verificáveis.

“O regime de Maduro deve compreender que os resultados que publica são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e especialmente o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das atas e do processo, e que observadores internacionais não comprometidos com o governo prestem contas pela veracidade dos resultados”, escreveu. “Do Chile não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável.”

01h50 Maduro celebra resultado e exige ‘respeito’ ao processo eleitoral

O ditador Nicolás Maduro se pronunciou minutos depois dos resultados declarados pelo CNE. Em frente ao Palácio Miraflores, onde mais cedo havia convocado seus apoiadores a se reunirem, ele exigiu que os resultados sejam respeitados.

“Temos que respeitar essa Constituição, temos que respeitar o árbitro e que ninguém tente desrespeitar essa bela jornada”, disse.

“Sou um homem de paz. Sou um homem de diálogo. Nunca jamais pensei, jamais, em estar em cargo público de relevância. Sempre o que me mevou foi o espírito de lutar por Venezuela”, continuou.

E teceu elogios ao seu antecessor, Hugo Chávez, que morreu em 2013. “Minha única inspiração foi ser soldado de Hugo Chávez.”

Ele disse que já recebeu ligação de líderes da Nicarágua, Cuba e Bolívia para felicitar os resultados. “Sua ligação foi de admiração pela valentia desse povo”.

01h40 Blinken exige recontagem ‘justa e transparente’ de votos

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, exigiu uma recontagem “justa e transparente” dos votos nas eleições presidenciais na Venezuela.

“Agora que a votação foi concluída, é de vital importância que cada voto seja contado de forma justa e transparente. Apelamos às autoridades eleitorais que publiquem a contagem detalhada dos votos (atas) para garantir a transparência e a responsabilização”, disse Blinken em comunicado divulgado após a autoridade eleitoral venezuelana, controlada pelo partido no poder, declarar Maduro vencedor.

01h08 Maduro vence eleições venezuelanas com 51,2% dos votos, diz CNE

Com 80% das urnas apuradas e 59% de participação eleitoral, Conselho Nacional Eleitoral anunciou que Maduro venceu as eleições presidenciais da Venezuela. Elvis Amoroso, presidente do CNE, afirmou em coletiva de imprensa que Maduro venceu com mais de 5,15 milhões de votos (51,20%) contra 4,4 milhões de Edmundo González (44,2%).

Amoroso disse que os resultados são irreversíveis e que o país investigará ataques ao sistema eleitoral.

00h46 Oposição diz ter acesso parcial a atas e cobra posição de militares sobre eleição

A coalizão opositora venezuelana Plataforma Unitária declarou na madrugada deste domingo ter tido acesso a apenas 30% das atas eleitorais da eleição presidencial entre Edmundo Gonzalez e Nicolás Maduro. Segundo a coalizão, o número apesar de incompleto, é suficiente para dar uma indicação de vitória diante da ditadura chavista,

O secretário-geral da entidade, Omar Barboza, pediui que as Forças Armadas venezuelanas endossem uma transição pacífica e reconheçam a derrota de Maduro. “Pensem no futuro da Venezuela”, disse. “Sabemos o que temos em mão.”

Segundo fontes da oposição, governos latino-americanos, europeus e os Estados Unidos não devem reconhecer um resultado que não seja auditado pelas atas.

Até agora, todos os países sul-americanos com a exceção do Brasil e da Bolívia exigiram transparência e celeridade na apuração dos resultados. Desde o fechamento das urnas, nenhum boletim foi divulgado.

00h33 Colômbia diz que ‘aguarda’ resultado da Venezuela após demora em divulgação

O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia declarou na madrugada desta segunda-feira que espera pelo resultado da votação na Venezuela, após mais de quatro horas do fechamento das seções, sem nenhum número divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral.

“O Governo da Colômbia aguarda a divulgação dos resultados eleitorais pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. A contagem dos votos deve ser feita com todas as garantias para todos os setores. Reafirmamos o nosso apoio à paz e à democracia no nosso país irmão”, disse a pasta na rede social X.

00h27 Estados Unidos sobem o tom e cobram resultados da Venezuela

O Departamento de Estado americano subiu o tom das críticas à Venezuela em meio à demora na divulgação dos resultados da eleição presidencial. O subsecretário de Estado para América Latina, Brian Nichols escreveu em sua conta no Twitter que as parciais precisam vir a público para garantir a credibilidade do processo eleitoral.

“Os eleitores venezuelanos compareceram em grande número para expressar sua vontade nas urnas. Cabe agora às autoridades eleitorais garantir a transparência e o acesso de todos os partidos políticos e da sociedade civil à tabulação dos votos e à publicação imediata dos resultados. A credibilidade do processo eleitoral depende disso”, disse Nichols.

As eleições foram viabilizadas após os Acordos de Barbados entre o governo e a oposição, que previam a retirada de sanções americanas em troca da organização de eleições justas e livres no país.

00h18 Sem números oficiais, Edmundo González diz que Venezuela ‘escolheu mudança em paz’

Edmundo González, o principal candidato de oposição que enfrentou Nicolás Maduro nas urnas neste domingo, disse que “Os resultados são inocultáveis”, em uma publicação na rede social X, o antigo Twitter, acrescentando que “o país escolheu uma mudança em paz”. Até o início da madrugada desta segunda-feira, 29, o Conselho Nacional Eleitoral não havia emitido nenhuma parcial sobre o resultado da votação.

00h16 Maduro repete modus operandi de 2013 ao atrasar resultados e intimidar opositores, analisa cientista político venezuelano

Para o cientista político venezuelano Xavier Rodríguez-Franco, a ditadura venezuelana começa a repetir os padrões que manteve nos últimos processos eleitorais ao atrasar a totalização de resultados e provocar intimidação nas ruas com paramilitares.

“Atualmente se vivem horas muito críticas na Venezuela. Apesar de que se funciona o voto eletrônico e o processo automatizado de transmissão e totalização dos resultados, sempre tem sido uma constante a sequência de ações que parecem formar um padrão, especialmente quando há eleições que foram competitivas”, diz.

“No caso particular desta eleição, traz muitas reminiscências do que foi o processo eleitoral de 2013, que basicamente era atrasar a divulgação das atas, dificultar o acesso à sala de totalização, além das dificuldades de acesso à imprensa durante todo o dia”, continua.

Em 2013, o ditador Nicolás Maduro concorreu à presidência, após a morte de Hugo Chávez, contra o opositor Henrique Capriles, que perdeu a eleição por uma margem estreita. Durante boa parte do processo eleitoral, Capriles aparecia a frente nas intenções de voto, mas perdeu por um ponto percentual. O opositor contestou os resultados.

“Surgem também algumas declarações como a que vimos há poucos minutos de Jorge Rodríguez ou o ministro da Defesa, Padrino López, como desencorajando e desanimando a cidadania, antecipando opiniões de caráter político sem oferecer nenhum dado, basicamente como um tipo de preâmbulo para desencorajar as pessoas a continuarem nas ruas, a continuarem nos centros de votação e diminuir o espírito de exigência, de rejeição, de mobilização eleitoral que houve, sobretudo no dia de hoje”, afirma Rodríguez-Franco.

“Depois, já foi registrado pela imprensa a circulação de motociclistas, de grupos paramilitares que na Venezuela chamam de ‘coletivos’, mas que basicamente são grupos paramilitares, muitas vezes encapuzados que dirigem motocicletas sem identificação e viajam em grupo com total impunidade e muitas vezes o fazem de forma intimidatória, justamente para que as pessoas que estão nos arredores esperando os resultados ou servindo de testemunhas ou acompanhando a contagem dos votos se assustem, se intimidem e voltem para suas casas. Em muitas ocasiões recorrem à violência, a disparos ao ar ou de intimidação”.

“O próximo passo será fazer um anúncio, pode ser de algum fiscal ou algum funcionário do Ministério Público ou do Poder Judicial, anunciando algum tipo de acusação contra algum líder da oposição que tenha feito denúncias como a que acabou de fazer Delsa Solórzano, ou que tenha adiantado algum tipo de opinião favorável que possa contradizer os resultados que posteriormente ao final da noite, muito provavelmente já na madrugada, quando devem anunciar com o primeiro boletim.”

“Essa é um pouco a sequência de acontecimentos que se espera que ocorra nesta ocasião e que tem acontecido e que gera é um clima de tensão, de descontentamento, de certa forma desacreditam os resultados e dificultam qualquer processo também de revisão e auditoria. Temos que esperar, ver que comportamento tem a população por um lado e por outro lado a liderança da oposição e também da comunidade internacional. Esta é uma conjuntura onde os olhos do mundo estão postos sobre a Venezuela e, claro, o governo não tem os mesmos aliados que tinha em 2018, tanto nacional como a nível internacional”, conclui.

00h03 Nenhuma parcial após quatro horas de fechamento de urnas

Depois de quatro horas do fechamento das urnas, o Conselho Nacional Eleitoral não emitiu nenhuma parcial sobre a votação na Venezuela. Poucas autoridades do regime chavista deram declarações sobre o processo eleitoral, enquanto a oposição acusa o CNE de interromper o processo de transmissão de atas eleitorais, em uma tentativa aparente de fraudar a contagem. Especula-se que o presidente do CNE, Elvis Amoroso, deva se pronunciar em breve.

00h01 Ministra de Milei pede para Maduro reconhecer derrota

Sem resultados oficiais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral, a Ministra de Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina Diana Mondino pediu que Nicolás Maduro reconhecesse a derrota em uma publicação na rede social X.

“Maduro: RECONHEÇA A DERROTA. A diferença de votos contra a ditadura chavista é esmagadora. Perderam em todos os estados por mais de 35%. Não há fraude ou violência que esconda a realidade “, disse o chanceler sem citar a fonte. informações ou especifique como você conhece esses dados.

23h58 Chile pede que resultados sejam transparentes e que vontade do povo seja respeitada

O governo do Chile, liderado pelo esquerdista Gabriel Boric, se somou aos pedidos de respeito à vontade das urnas na Venezuela. “Fazemos um apelo firme para que a vontade do povo venezuelano seja respeitada e para que os resultados da eleição presidencial sejam garantidos. Estes são momentos decisivos na Venezuela e a democracia deve prevalecer acima de tudo”, disse o chanceler Alberto von Klaveren.

Em um post na rede social X, Boric defendeu que a entrega de resultados seja transparente e frisou que a comunidade internacional “não aceitaria outra coisa”.

22h44 Oposição denuncia que CNE está paralisando eleição ao não transmitir atas

Uma das líderes da campanha opositora, Delsa Solórzano, que foi designada como fiscal de urna oficial da oposição no CNE, denunciou que a oposição continua sem acesso às atas eleitorais e há fiscais sendo retirados de centros de votação.

“Temos ido o tempo todo ao CNE e nos tem impedido o acesso”, disse em coletiva de imprensa. “Nos disseram que era melhor eu ir embora em nome da minha segurança. A verdade é que não se permitiu a entrada dos fiscais no CNE”.

Os fiscais servem como olheiros dos partidos durante todo o processo eleitoral, mas especialmente no momento da totalização e apuração dos votos. Desde o momento de fechamento das urnas a oposição denuncia a dificuldade de acessar o Conselho Nacional Eleitoral, onde se está fazendo a totalização dos votos.

“Há uma quantidade enorme de centros de votação onde estão retirando nossos fiscais. Há outros em que se estão negando transmitir o resultado das atas”, continuou.

Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está passando no país”.

“Ter a atas em mão é um direito legal que está previso em todas as normativas legais venezuelana”, afirmou. “Não entregar a ata está totalmente à margem da lei.”

A opositora relembrou o referendo constitucional de 2007, em que o chavismo perdeu e chegou a reconhecer os resultados, mas depois utilizou de ferramentas para reverter o processo. “Não é a primeira vez que fazem isso. É um padrão”.

Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está acontecendo no país”.

21h55 Chefe militar de Maduro, Vladimir Padrino, promete ‘paz’ ao fim de eleições na Venezuela

“Vivemos uma jornada perfeitamente em paz. Podemos dizer que incidências menores, minúsculas, que nomeá-las aqui não teria nenhum sentido”, afirmou durante coletiva de imprensa. “Toda a operação logística eleitoral transcorreu em perfeita ordem e perfeita paz. Valorizamos isso.”

Segundo o ministro, as Forças Armadas estiveram presentes “em cada canto” do país por meio do Plano República. Ele aproveitou o momento para reiterar o discurso chavista de que esta eleição serviu para “condenar as sanções criminais do imperialismo sobre a República Bolivariana de Venezuela”.

Padrino reforçou a afirmação de Nicolás Maduro, mais cedo, de que devem ser respeitados os resultados “apresentados pelo CNE”. A insistência em falar dos dados do Conselho Nacional Eleitoral vai de encontro às apurações paralelas que fará a oposição. Ao fim do horário de votação, a oposição denunciou que o CNE não estava permitindo acesso às atas eleitorais para realização de escrutínios paralelos.

O ministro elogiou a atuação das Forças Armadas durante a realização das eleições. “Quero dizer ao povo da Venezuela que não é uma opção para nós, não estamos debatendo se é paz ou violência. Temos a certeza de que vamos garantir ao povo da Venezuela a paz pela qual saíram hoje a votar”, finalizou.

Mais cedo, o candidato Edmundo González Urrutia voltou a apelas para as Forças Armadas para garantir o respeito aos resultados.

21h51 Oposição tenta tornar a aposta de Maduro em fraude ‘o mais custosa possível’ para o ditador; leia análise de Luiz Raatz

A situação de momento é a seguinte: a oposição, segura de que teve uma votação avassaladora, acredita que o chavismo apostará na fraude e tenta tornar essa aposta o mais custosa possível para Maduro.

Por isso, María Corina Machado e Edmundo González mandaram os eleitores e fiscais de urna fazer vigília nas zonas eleitorais para obter as atas de votação.

As atas são provas documentais e se o chavismo quiser fraudar uma derrota demais de 30 pontos porcentuais, como dizem as pesquisas em mãos da oposição, elas teriam de ser severamente destruídas, alteradas ou simplesmente ignoradas.

Em paralelo, começa uma movimentação internacional ainda tímida pelo respeito ao resultado, capitaneada por governos de direito e centro-direita da América do Sul e alguns comunicados em rede social do governo americano.

O Brasil, como mostra a nota divulgada pelo assessor de assuntos internacionais Celso Amorim, aceitou a manobra chavista de manter as urnas abertas além do horário, para atrair governistas que não votaram, enquanto pede que ambos os lados respeitem o resultado.

O pedido pode se tornar dúbio, no entanto, sobretudo se o chavismo se declarar vencedor em meio a indícios de fraude.

21h45 Chefe da campanha governista sugere que Maduro venceu eleição na Venezuela

Em coletiva de imprensa, Jorge Rodríguez, coordenador da campanha de Maduro e ex-vice-presidente da Venezuela, deu a entender que Maduro venceu a eleição na Venezuela. Ele indicou que não poderia dar os resultados, mas “podemos dar rostos”, disse , esboçando um sorriso.

Rodríguez, em um aparente tom otimista, convidou os seus seguidores a comparecerem “onde souberem” depois de o órgão eleitoral apresentar os números das eleições e garantiu que o partido no poder respeitaria “o momento e a decisão no momento em que o Conselho Nacional Eleitoral ler o primeiro boletim, com a tendência irreversível do resultado eleitoral de hoje”.

“O povo falou e a voz do povo deve ser respeitada e todos nós faremos com que seja respeitada”, disse.

21h28 Oito países da América Latina pedem transparência na apuração e respeito aos resultados

Os governos do Uruguai, Argentina, Equador, Paraguai, Peru, Panamá, Costa Rica e República Dominicana divulgaram nota dizendo que acompanham o desenrolar da apuração da eleição venezuelana e exigiram que os resultados sejam respeitados. Eles também pediram que seja liberado acesso dos fiscais de urna as atas de votação.

O movimento foi capitaneado pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino, e envolve governos de centro e centro-direita da região. Mulino reiterou que respeito à vontade do povo é fundamental para o governo da democracia.

O Panamá é um dos países mais afetados pelo êxodo de 7 milhões de venezuelanos, muitos dos quais tentam atravessar a Selva de Darién, para chegar aos Estados Unidos.

Governos sul-americanos de esquerda mais próximos do chavismo, como a Colômbia de Gustavo Petro e o Brasil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem Maduro trocou farpas recentemente, não subscrevem a nota.

20h58 Celso Amorim diz que espera que ‘todos os candidatos’ respeitem o resultado

O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, que está na Venezuela como observador das eleições no país, disse que está acompanhando de perto o processo de votação eleitoral. Ele destacou a participação do eleitorado venezuelano, defendendo que o resultado seja respeitado por “todos os candidatos”, e disse que Lula está sendo informado ao longo do dia.

“Estou acompanhando de perto o processo eleitoral venezuelano. Ainda há mesas de votação abertas. É motivo de satisfação que a jornada tenha transcorrido com tranquilidade, sem incidentes de monta. Houve participação expressiva do eleitorado. Estou em contato com diferentes forças políticas e analistas eleitorais, além de membros da equipe de observadores do Centro Carter e do Painel de Especialistas da ONU. O presidente Lula vem sendo informado ao longo do dia. Vamos aguardar os resultados finais e esperamos que sejam respeitados por todos os candidatos.”

20h30 Estamos no momento mais crítico, diz María Corina ao pedir fiscalização de urnas

Em uma coletiva de imprensa após o fechamento das eleições, María Corina Machado reforçou o pedido de fiscalização das atas das zonas eleitorais para impedir que o regime tente fraudar o processo eleitoral:

“Nenhum fiscal eleitoral deixa a zona eleitoral sem a ata da urna. Nossas testemunhas têm o direito de obter seu certificado. Esse é o momento mais crítico e o melhor modo de nos defender é estando presentes na seção eleitoral. O mundo está conosco”, disse ela.

“Tivemos um dia histórico e enorme. Nunca visto nos últimos anos. Pedimos às testemunhas que permaneçam nos centros e recebam as atas”, acrescentou o candidato presidencial Edmundo Gonzalez.

20h09 Oposição convoca eleitores para acompanharem contagem de votos

Por meio de sua conta no X, o antigo Twitter, a coalizão opositora Plataforma Unitária convocou seus eleitores a comparecer às seções de votação para acompanhar a emissão das atas de votação, como meio de evitar fraudes. Além disso, a oposição também tem fiscais eleitorais em cada zona, mas ao longo do dia tem havido denúncias de que o regime tem barrado essas testemunhas em alguns colégios eleitorais e na sede do Conselho Nacional Eleitoral.

20h06 Oposição cobra fechamento de centros de votação e pede por apuração

A oposição da Venezuela está pedindo às autoridades que fechem as urnas e comecem a contar os votos. Por lei, os centros de votação devem fechar às 18h (19h em Brasília), mas também devem permanecer abertos caso ainda haja eleitores na fila.

Às 18h11 no horário local, a líder da oposição María Corina Machado recorreu às redes sociais para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral fechasse mais de 15 mil centros de votação em todo o país.

“Se não houver ninguém na fila, as cabines de votação devem fechar”, ela disse. “É hora de ver como seus votos são contados, cédula por cédula.”

Quinze minutos após o horário de fechamento, cerca de 40 pessoas foram recebidas por um soldado armado, um membro de uma milícia popular e outros membros das forças armadas quando solicitaram acesso a um centro de votação no bairro de Catia para testemunhar o processo de contagem de votos, conforme permitido por lei. Foi dito a eles que não poderiam entrar porque as pessoas ainda estavam votando, mas nenhum eleitor foi visto lá, de acordo com a Associated Press, e os membros das forças armadas e representantes da autoridade eleitoral se recusaram a fechar o local.

20h01 Horário de votação deve ser estendido após locais de votação ainda com filas

Segundo a Rádio Nacional da Venezuela, estatal ligada ao chavismo, o Conselho Nacional Eleitoral ainda não determinou o fechamento dos locais com filas de eleitores ainda esperando para votar. A expectativa é que haja uma extensão do horário. A principal preocupação da oposição é verificar as atas de votação emitidas em cada sessão para tentar evitar possíveis fraudes.

Há relatos de que muitas seções sem filas estão com o horário estendido, em uma aparente tentativa de atrair eleitores pró-chavismo. A medida, no entanto, seria ilegal, já que apenas seções com fila podem ter a votação estendida. As zonas eleitorais lotadas tendem a ter mais eleitores simpáticos à oposição.

19h50 Kamala Harris: “Temos que respeitar a vontade do povo venezuelano”

A vice-presidente dos Estados Unidos e possível candidata democrata das eleições presidenciais americanas, Kamala Harris, defendeu que “a vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”, pouco depois do fechamento das urnas.

“Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela que expressou sua voz na histórica eleição presidencial de hoje. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada. Apesar dos muitos desafios, continuaremos a trabalhar em direção a um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela.”

Os Estados Unidos apoiaram o Acordo de Barbados entre governo e oposição na Venezuela, que permitiram realização de eleições livres em troca do alívio das sanções ao chavismo. Desde o fechamento do acordo em outubro, no entanto, Maduro repetidas vezes vem dando sinais de que não pretende cumpri-lo.

19h39 Pesquisas de boca de urna ligadas à oposição indicam derrota de Maduro

Circula entre opositores e aliados de María Corina Machado e Edmundo González pesquisas de boca de urna que dão ao ex-diplomata 65% dos votos contra 31% de Maduro. Outros candidatos somam 4%. A divulgação de pesquisas é proibida pela lei eleitoral venezuelana, mas, mais cedo, uma projeção do instituto Hinterlaces, ligado ao chavismo, dá a Maduro 55% dos votos.

19h16 Oposição fala em participação histórica e acusa Maduro de dificultar votação

A campanha do candidato opositor à presidência da Venezuela, Edmundo González, disse que o índice de participação na eleição de hoje deve chegar a 54,8%. O número é projetado com base nos relatos de fiscais de mesa da oposição com acesso às zonas de votação e, se confirmado, deve favorecer a chapa da Plataforma Unitária.

A votação transcorreuem clima de calma e se encerrou às 19h, mas há temores crescentes entre opositores, especialistas e alguns observadores eleitorais de que a ditadura de Nicolás Maduro tente fraudar o resultado da eleitoral. Quem ainda está na fila tem direito a votar, segundo a lei eleitoral.

Desde as primeiras horas da madrugada, venezuelanos fizeram filas para votar em diversos pontos do país. A oposição, no entanto, acusa o governo de dificultar o acesso dos eleitores em áreas onde o chavismo é impopular. Além disso, uma das chefes da campanha opositora, Delza Solorzano, também acusou o Conselho Nacional Eleitoral de vetar o acesso da Plataforma Unitária à sala de totalização dos votos.

Desde o fim de semana, Maduro tem impedido a entrada de observadores eleitorais convidados pela oposição para acompanhar a votação. Durante o domingo, o governo chavista divulgou pesquisas de boca de urna que dariam vantagem a Maduro sobre Gonzalez, mas a prática é vedada pela própria legislação eleitoral venezuelana. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime, ainda não forneceu estimativas de comparecimento.

19h30 Apuração deve iniciar em breve

A apuração dos votos está prestes a iniciar. Como é habitual, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela deverá emitir um primeiro boletim com resultados preliminares na noite deste domingo. Este primeiro anúncio poderá ocorrer a partir das 20h (21h, em Brasília).

19h Horário de votação encerrado

O horário de votação nas eleições presidenciais da Venezuela terminou às 18h (19h no horário de Brasília). Caso ainda tenha grandes filas, o Conselho Nacional Eleitoral determina que os locais de votação podem seguir abertos.18h50 Comunidade venezuelana realiza manifestações pró-democracia no Brasil

Centenas de imigrantes venezuelanos se reuniram em mais de 40 cidades do Brasil, incluindo Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), em atos pela defesa da democracia. Na capital paulista, onde a organização estima a participação de mais de 600 pessoas, manifestantes levaram bandeiras da Venezuela e cartazes em apoio à oposição.

18h46 González fala em reconciliação e diz que confia nas Forças Armadas

Mais cedo neste domingo, o candidato da oposição Edmundo González, ao votar em Caracas, expressou sua satisfação com a presença massiva de venezuelanos e disse confiar que as Forças Armadas vão “respeitar” os resultados.

“Hoje, mais do que nunca, os venezuelanos estão demonstrando que somos um só povo. O que vemos são linhas de alegria e esperança. Hoje começa um dia de reconciliação para todos os venezuelanos”, disse González, cercado por jornalistas, logo após votar.

“Estamos preparados para defender até a última votação”, disse González após votar em Caracas. “Confiamos nas nossas Forças Armadas para respeitar a decisão do nosso povo”, acrescentou.

18h40 Corina Machado celebra participação nas urnas

Ao chegar no centro de votação em Los Chorros, Caracas, às 14h (horário local), a opositora Corina Machado demonstrou confiança e afirmou que o número de participação de venezuelanos nas eleições passava de 9 milhões (42,1%) com base em dados da campanha de González até as 13h. O Conselho Nacional Eleitoral ainda não deu estimativas de participação.

18h36 Maduro promete respeitar resultados

Mais cedo neste domingo, ao ir votar em Caracas, Maduro afirmou que vai “garantir” que sejam respeitados os resultados das eleições. “Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e garantirei que sejam respeitados”, disse Maduro. “Apelo aos 10 candidatos presidenciais a respeitarem, a garantirem o respeito e a declararem publicamente que respeitarão o boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral.”

18h32 Acompanhe ao vivo a cobertura das eleições na Venezuela

Os locais de votação na Venezuela abriram as portas neste domingo às 6h (7H00 de Brasília) para as eleições presidenciais nas quais o atual chefe de Estado, Nicolás Maduro, que aspira um terceiro mandato de seis anos, enfrenta o diplomata Edmundo González Urrutia.

Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar em uma população de 30 milhões, embora analistas calculem que poderão comparecer às urnas apenas 17 milhões que estão no país e não migraram devido à dura crise da última década.

Os locais de votação devem permanecer abertos até 18h (19h de Brasília), com possibilidade de ampliação do horário em caso de necessidade.

Fonte: Estadão

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