Semana de campanha é marcada por choro de candidatos à Prefeitura de SP e novos números de pesquisas eleitorais

Foto: Motagem/g1/Reprodução de Redes Sociais/Divulgação

A campanha dos candidatos à Prefeitura de São Paulo foi marcada por momentos tensos nessa semana, justamente no momento em que se completam os primeiros 30 dias de publicidade autorizada pelo TSE e a corrida eleitoral se encaminha para a parte final.

Com novas pesquisas que indicam dianteira numérica de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) na ponta, as campanhas estão se reorganizando e até dando mostras de fadiga e abrindo flancos em vários grupos políticos.

Após a divulgação da última pesquisa Datafolha, na quinta-feira (12), o candidato José Luiz Datena (PSDB) admitiu que ficou “baqueado” com a queda na preferência do eleitorado. Em tom de despedida da política, reconheceu que pode não ir bem no pleito deste ano e “vou morrer sem cumprir o seu sonho, que é servir ao povo”.

O Datafolha apontou que Nunes está na liderança com 27%, empatado tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL), que tem 25%, e com Pablo Marçal (PRTB) caindo para 19%, Tabata com 8% e Datena como 6%, na quinta posição da disputa.

No levantamento da Quaest, divulgado quarta (11): Nunes apareceu com 24%, Marçal, 23% e Boulos, 21%, mantendo empate técnico triplo na liderança. Datena apareceu em 4° lugar, com 8% (eram 12% na pesquisa anterior).

Em sabatina realizada pelo UOL e pela Folha de S.Paulo na manhã de sexta-feira (13) – um dia depois da pesquisa Datafolha – o apresentador chorou e mostrou arrependimento por entrar na disputa deste ano.

“O que gostaria de ter sido, infelizmente, vou morrer sem cumprir o meu sonho. É uma pena, né? Já escrevi um livro, já fiz tudo que poderia fazer na comunicação, entendeu? Então o sonho que eu tinha era de servir ao povo, como senador, que teria sido melhor, com mais tempo de me aperfeiçoar politicamente, aprender melhor, e não entrando de cara numa disputa majoritária”, afirmou.

No início da corrida eleitoral, no final de junho, Datena chegou a aparecer na pesquisa Quaest com 17% das intenções de voto, empatado tecnicamente na liderança com Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes. Ele foi caindo a cada nova rodada da pesquisa e perdeu força.

O pastor Silas Malafaia e o candidato do PRTB, Pablo Marçal: divisão na direita paulista. — Foto: Reprodução/Youtube
O pastor Silas Malafaia e o candidato do PRTB, Pablo Marçal: divisão na direita paulista. — Foto: Reprodução/Youtube

Outro candidato que surgiu às lágrimas na frente dos eleitores foi Pablo Marçal (PRTB). Em uma live no Instagram na noite da mesma quinta-feira (12), o autodenominado ex-coach disse estar chocado com o “ciúme que as pessoas têm do poder”, da fama e da riqueza.

A live foi convocada por ele após sofrer várias críticas do pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Organizador do ato ocorrido na Avenida Paulista no último sábado (7) em favor de Jair Bolsonaro e pedindo o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, Malafaia barrou a subida de Marçal no trio principal do ato naquela data.

No dia seguinte, Malafaia justificou que “Pablo Marçal chegou depois do encerramento do evento” e queria “tirar proveito do ato”. O candidato Ricardo Nunes (MDB), que é o candidato “oficial” do bolsonarismo em São Paulo esteve no evento durante todo o tempo e subiu no trio elétrico principal, estando durante todo o ato ao lado de Bolsonaro e Malafaia.

“O locutor já estava dando obrigado e ele chega no evento. O Marçal queria fazer cortes pra sua campanha e tirar proveito daquilo que não participou e não ajudou a construir. Você não é vítima, é lacrador e aproveitador”, afirmou o pastor.

Após o vídeo, o candidato do PRTB publicou uma foto antiga ao lado de Malafaia dizendo: “Estamos juntos Malafaia para mudar o Brasil”. A foto sugeriu uma possível trégua entre os dois, mas, segundo o pastor, foi tirada em 2022.

Malafaia então iniciou a publicação de uma série de vídeos chamando Pablo Marçal de “farsa” e fazendo uma série de xingamentos contra ele, como “psicopata, sociopata, narcísico, bipolar e mentiroso”.

Pablo Marçal (PRTB) usa redes sociais para pedir orações para Silas Malafaia e chora. — Foto: Reprodução/Instagram
Pablo Marçal (PRTB) usa redes sociais para pedir orações para Silas Malafaia e chora. — Foto: Reprodução/Instagram

Antevendo na reta final da campanha uma divisão no meio evangélico e bolsonarista – que faz parte da sua base de apoio nas redes sociais – Marçal convocou uma live de quase 1 hora após os ataques do pastor e chorou pedindo “orações” de seus seguidores para o pastor.

“Estamos numa guerra de corpo, alma e espírito. Eu estou disposto a atravessar o vale da sombra da morte. (…) É um pouco chocante o ciúme que as pessoas têm pelo poder, o ciúme que elas têm da fama, de riqueza. Os princípios são iguais, mas os valores diferentes. Prefiro perder a eleição, não a minha fé”, disse, em resposta aos vídeos do pastor Malafaia.

Ricardo Nunes (MDB) - vestido com a camisa verde amarela - participa de ato na Av. Paulista que pediu impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF. — Foto: Reprodução/Instagram/Ricardo Nunes
Ricardo Nunes (MDB) – vestido com a camisa verde amarela – participa de ato na Av. Paulista que pediu impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF. — Foto: Reprodução/Instagram/Ricardo Nunes

Aumento dos ataques

Após a divisão da direita bolsonaristas entre apoiadores de Nunes e Marçal, os dois candidatos acirraram os ataques um contra o outro.

O candidato do MDB levou à TV a partir de quinta (12) uma entrevista com a delegada responsável pelo inquérito que condenou Pablo Marçal à prisão por furto qualificado, em em Goiânia (GO), no ano de 2010.

Em resposta, Marçal tem espalhado nas redes sociais vídeos em que que Nunes aparece falando que vai demitir funcionários da Prefeitura de SP que não fizeram os abortos previstos em lei na cidade. O aborto é condenado por parte das comunidades cristãs e evangélicas.

Guilherme Boulos

O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, faz campanha em SP ao lado da vice Marta Suplicy (PT): tentativa de furar a bolha. — Foto: Leandro Paiva/Divulgação/PSOL
O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, faz campanha em SP ao lado da vice Marta Suplicy (PT): tentativa de furar a bolha. — Foto: Leandro Paiva/Divulgação/PSOL

Enquanto a briga e a divisão ocorrem no seio da direita, o candidato Guilherme Boulos tenta elevar a rejeição dos dois adversários diretos. Ele publicou nessa semana nas redes sociais e levou à tv vídeos que mostram falas de Marçal contra mulheres e jornalistas, além de mostrar os problemas de asfalto na cidade de São Paulo durante a gestão de Nunes.

Com dificuldade de furar a bolha dos que já o conhecem de eleições anteriores e dos movimentos sociais, Boulos tem colado sua imagem na da vice Marta Suplicy (PT) e na do presidente Lula para conseguir garantir a vaga no 2° turno.

Nessa semana, o psolista fez vários eventos ao lado de Marta na periferia de São Paulo, na tentativa de subir nas próximas pesquisas.

Tabata Amaral

Tabata Amaral (PSB) ironiza em vídeo o aumento da rejeição de Pablo Marçal (PRTB) em São Paulo. — Foto: Reprodução/Instagram
Tabata Amaral (PSB) ironiza em vídeo o aumento da rejeição de Pablo Marçal (PRTB) em São Paulo. — Foto: Reprodução/Instagram

Correndo por fora na disputa paulistana, a candidata Tabata Amaral (PSB) aproveitou a última rodada de pesquisas da semana para ironizar os adversários que estão na frente.

Ela publicou neste sábado (14) um vídeo em que “comemora a disparada do novo líder em todas as pesquisas: a rejeição do Pablo Marçal”. Segundo a última pesquisa Datafolha, Marçal tem 44% da rejeição dos eleitores em SP, enquanto Boulos tem 37%, e Datena, 32%.

“Pablo, a sua rejeição tá maior que a do Boulos. Ele vem cultivando essa rejeição há anos. Você acabou de chegar e já passou. Que arrancada, hein… O Corinthians tava precisando de uma dessa! Basicamente, quanto mais as pessoas te conhecem, mais elas não queriam ter te conhecido”, disparou a candidata do PSB.

Fonte: G1

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