O abraço entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) durante um momento de tensão no debate da TV Bandeirantes foi comentado pelos candidatos à Prefeitura de São Paulo na saída do evento.
Nunes falou em ter sido “muito respeitoso” com seu adversário. Boulos, por sua vez, disse que não ficou incomodado com o movimento, mas afirmou ter sentido o oponente “tenso”.
O que disse Nunes?
“Fiz questão de chegar e cumprimentá-lo. Sempre tenho dito que o importante para a gente é a democracia”, disse o candidato à reeleição.
Para ele, a “democracia é isso”, sendo preciso respeitar quem pensa diferente. “Eu acho que a gente deu um grande avanço hoje com esse debate, mostrando essa capacidade de guiar as questões da hora de debate. Mas eu achei bacana”.
O que disse Boulos?
“Eu acho que ele ficou meio tenso com a aproximação. O Ricardo Nunes é tenso, ele é um pouco inseguro”, comentou o candidato do PSOL.
Para Boulos, o adversário “ficou meio tenso com a aproximação”. “A equipe do Nunes ficou reclamando com a direção do debate sobre a possibilidade que estava prevista nas regras de debate. O que as regras de debate, acordadas pelas duas campanhas, diziam é que não podia ter toque entre os candidatos, mas que podiam andar o palco ligeiramente, se aproximar um do outro. Foi o que eu fiz. Mas acho que ele ficou um pouco assustado. É um prefeito assustado”.
Como aconteceu o abraço entre Nunes e Boulos?
O abraço entre os dois aconteceu no final do segundo bloco, quando Boulos se aproximou de Nunes. No momento, o candidato à reeleição estava criticando o oponente.
“Você está bem?”, perguntou Nunes. “Eu estou bem. E você?”, respondeu Boulos, enquanto ambos estavam se abraçando.
No início do terceiro bloco, o candidato do PSOL disse que iria manter a distância porque a equipe de Nunes havia feito um “escarcéu” no intervalo.
Outras falas
Após o debate, Boulos disse que teria ficado claro qual é a São Paulo real, em que as pessoas vivem, e qual é o discurso da propaganda de Nunes, em relação ao apagão vivido na cidade desde a última sexta-feira (11).
“Para ele, a prefeitura fez tudo certo em relação à poda de árvores, para ele o 156 [telefone para serviços da prefeitura] funciona perfeitamente para quem tem uma reclamação de poda, de remoção de árvores, de luz na cidade de São Paulo. As pessoas que viveram esses últimos três dias e que vivem a São Paulo real sabem que isso é mentira”, declarou o candidato do PSOL.
Já Nunes, disse que a questão da energia na cidade “está cortando o seu coração” e que “está sofrendo muito”, e que, por isso, não conseguiu estudar as regras do debate com antecedência.
“Eu não tive nem muito tempo de ver, eu não sabia que podia andar ali, entendeu? Fui me adaptando, me adequando”, afirmou. Para ele, Boulos disse “coisas muito absurdas” porque “está muito ruim [mal] na pesquisa e a rejeição é muito alta”. Nunes aparece na liderança em todos os levantamentos deste segundo turno.