Desde que sofreu o acidente doméstico, em que bateu a cabeça na quina da banheira no Palácio do Alvorada, Luiz Inácio Lula da Silva já passou por três check-ups cerebrais. Em todos eles, foi submetido a uma ressonância magnética para detectar se o pequeno sangramento no cérebro causado pela queda poderia ter crescido. Até agora, nenhuma alteração foi vista.
Mas o novo exame realizado hoje, no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, será decisivo no diagnóstico. O risco de crescimento no sangramento é maior depois de duas semanas de um acidente desse tipo. O de Lula foi em 19 de outubro. É nesse prazo que a possibilidade de formar um coágulo de sangue aumenta. No caso de isso ocorrer, o presidente então teria de passar por um procedimento cirúrgico.
O risco de formar um coágulo nesse período é maior em pessoas mais velhas. Os idosos têm o cérebro menor e, por isso, ele balança mais em uma batida, aumentando o impacto contra a caixa craniana durante o movimento brusco.
Boletim ‘estável’
Os exames foram realizados nesta manhã e, à tarde, o presidente despacha no Planalto. Na segunda-feira, Lula retirou os cinco pontos na parte de trás da cabeça. O ferimento é resultado de uma queda quando, segundo relatos, cortava a unha do pé no banheiro na residência oficial.
Segundo o último boletim médico, divulgado na sexta-feira passada, Lula está com uma situação “estável” e “apto para o trabalho”. “O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve hoje, 25/10/24, no Hospital Sírio Libanês, unidade Brasília, para repetir avaliação de imagem. O exame está estável em relação aos anteriores. Está apto para exercer sua rotina de trabalho em Brasília. Nova avaliação ocorrerá em cinco dias”, diz o boletim assinado pelos médicos Roberto Kalil Filho e Ana Helena Germoglio.
Com a queda, ele cancelou a ida à Rússia onde participaria da Cúpula do Brics. Na última sexta, ele voltou a despachar do Palácio do Planalto.