Um professor que atua na rede municipal de Lagarto entrou em contato com a redação do SDCEV, para relatar um fato de intolerância religiosa que aconteceu na Escola Municipal Antônio Francisco de Souza no Povoado Pururuca na zona rural de Lagarto, a intolerância religiosa partiu de da mãe de uma aluna que se diz Católica, no qual classificou algumas atividades referentes as Consciência Negra como “satânica”, segundo áudio que nos foi enviado.
Foi organizado pela unidade de ensino uma gincana em comemoração a Semana da Consciência Negra e dentre as muitas tarefas umas das estava relacionada as religiões afro-brasileira, tivemos acesso ao regulamento da gincana e a 11ª tarefa foi a parte que causou indignação da mãe de uma aluna que posteriormente proferiu diversas ofensas. Segue a tarefa: “As religiões afro-brasileiras recebem nomes diferentes dependendo do lugar e do modelo de seus ritos. Orixás são divindades de povos africanos incorporadas por muitas religiões brasileiras de matriz africana. São associados a forças da natureza, ancestrais divinizados ou energias divinas. Alguns dos orixás mais famosos são: Xangô, Exu, Iemanjá e Iansã, apesar de existirem muitos outros. Cada equipe deverá apresentar um aluno ou uma aluna vestida (a) de um orixá e falar sobre o seu personagem”. (VER REGULAMENTO COMPLETO)
A gincana teve várias atividades, nas mais diversas áreas culturais como danças, culinária, beleza negra, personalidades negras, plantas medicinais de origem africana, dentro destes temas foram executadas diversas atividades como produção de textos, pinturas, construção de maquetes e outras, mas infelizmente a mãe da aluna se apegou a uma tarefa específica e ignorou o restante do trabalho causando uma confusão tremenda na comunidade escolar.
Lembrando que segundo o professor que tivemos contato a participação não foi obrigatória, sobretudo nesta prova específica, por se tratar de algo de cunho religioso, que os alunos que não desejasse participar da gincana ou desta tarefa poderia fazer outra atividade posteriormente para compor a nota, já que a gincana foi uma atividade pontuada.
A comunidade escolar está indignada com as declarações desta senhora, em áudio a mesma disse: “… nossas escolas estão oferecendo coisas simbólicas satanistas, fazendo com que nossas crianças façam peças simbolizando a Iemanjá… só que é um símbolo satânico… a gente tem que ter cuidado o que é de Deus e o que não é de Deus”, foi foi apenas um pequeno trecho dos áudios que foram postados no grupo de WhatsApp da turma a qual a filha estuda e no grupos da Igreja, mas rapidamente os áudios se espalharam causando indignação.
Muitos alunos estão também sendo ofendidos e procuraram a escola para pedir ajuda, inclusive relataram que a mesma senhora atrapalhou uma atividade da igreja na localidade, pegando o microfone e passando a proferir ofensas contra a escola e os profissionais que organizaram o trabalho, o professor ainda nos informou que esta muito abalado com a situação e que vai fazer um Boletim de Ocorrência (B.O), por considerar a situação um caso de intolerância religiosa.
Por SimaoDiasComoEuVejo.com.br