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Enquanto a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), recebe um salário de R$ 28.173,60 mensais, para administrar a capital sergipana, o prefeito de Simão Dias, Cristiano Viana (PT), tem um vencimento surpreendente de R$ 39.607,68 mensais. A disparidade entre os valores chama atenção e levanta questionamentos sobre a lógica na definição dos salários dos gestores municipais, os valores mencionados estão disponíveis no Portal da Transparência das duas prefeituras citadas, tais valores são referentes ao pagamento de janeiro de 2025.
Simão Dias é um município do interior de Sergipe com cerca de 40 mil habitantes, enquanto Aracaju, a capital do estado, tem uma população de mais de 600 mil pessoas. As diferenças entre as duas cidades vão além do número de habitantes. Aracaju enfrenta desafios urbanos complexos, como mobilidade, saúde, segurança, saneamento e desenvolvimento econômico. Já Simão Dias, embora tenha suas demandas, lida com uma realidade administrativa muito menos exigente em termos de infraestrutura e gestão pública.
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Se administrar uma capital como Aracaju exige planejamento para grandes projetos e soluções para problemas metropolitanos, como se justifica que o gestor de um município pequeno tenha uma remuneração R$ 11.434,08 maior do que a de quem governa a capital? Esta é uma pergunta ainda sem resposta. Ainda para efeito de comparação o salário do governador do Estado de Sergipe Fábio Mitidieri é de R$ 44.008,52 mensais, uma diferença de apenas R$ 4.400,84 para administrar todo o estado com 75 municípios.
O salário dos prefeitos é definido pelas câmaras municipais, o que pode gerar distorções absurdas quando não há um critério bem estruturado. Enquanto cidades pequenas estabelecem vencimentos elevados para seus gestores, municípios maiores, com desafios significativamente mais complexos, acabam remunerando seus prefeitos de forma menos generosa.
O caso de Simão Dias é um exemplo claro dessa incoerência. A cidade possui um orçamento significativamente menor do que o de Aracaju, além de uma estrutura administrativa muito mais enxuta. Não há justificativa plausível para que o prefeito de um município do interior receba uma remuneração superior à da chefe do Executivo da capital do estado.
Fonte: SergipePolitica.com.br