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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20) que o fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro estar defendendo a anistia (perdão) a acusados de cometer atentados contra o Estado democrático de direito e tramar um golpe de Estado é, em sua visão, uma confissão de culpa.
“As pessoas que ficam querendo antecipar uma discussão sobre anistia estão acusando. Quando o ex-presidente fica pedindo anistia, está provando que é culpado, que cometeu crime. Ele deveria estar falando ‘vou provar minha inocência'”, disse Lula em entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro.
“Ele [Bolsonaro] deveria estar dizendo ‘sou inocente, vou provar minha inocência’. Mas está pedindo anistia. Ou seja, ele está dizendo: ‘Gente, eu sou culpado. Tentei bolar um plano para matar o Lula, o Alckmin, o Alexandre de Moraes, não deu certo porque tive uma diarreia, fiquei com medo, tive que voar para os Estados Unidos”, seguiu Lula.
Lula disse, ainda na entrevista, que o processo vai mostrar que a Justiça é “verdadeiramente para todos”.
E defendeu – como vem fazendo desde que foi preso no âmbito da operação Lava Jato em 2018 – que os acusados tenham direito à ampla defesa e ao contraditório.
Na quarta, menos de 24 horas após as denúncias da PGR, Lula tinha adotado um tom mais moderado ao comentar o tema em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
“Eu não vou comentar um processo que está na Justiça. O que eu posso dizer é que nesse país, no tempo em que eu governo o Brasil, todas as pessoas têm direito à presunção de inocência. Se provarem que não tentaram dar golpe e que não tentaram matar o presidente, o vice e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ficarão livres e serão cidadãos que poderão transitar pelo Brasil inteiro”, disse Lula.
Fonte: G1