Bolsonaro levará vídeos ao STF para depoimento sobre golpe

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta 3ª feira (10.jun.2025) que pretende apresentar vídeos durante seu interrogatório pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Bolsonaro é réu acusado de tentativa de golpe de Estado em 2022 e deve depor na 4ª ou na 5ª feira.

O ex-presidente compareceu à sala da 1ª Turma do STF em Brasília com um pen drive que, segundo ele, contém gravações do ministro do STF Flávio Dino e do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi criticando as urnas eletrônicas. “Se eu puder ficar à vontade, se preparem, vão ser horas”, disse

“Tem pronunciamento meu, tem um do Flávio Dino condenando a urna eletrônica, tem um do Carlos Lupi também, falando que sem impressão do voto é fraude. Eu não estou inventando nada”, afirmou ao chegar para acompanhar o 2º dia de depoimentos. A informação é do jornal O Globo.

A sessão desta 3ª feira continuará com o depoimento do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Na 2ª feira (9.jun.2025), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, prestou seu depoimento e reiterou o conteúdo de sua delação premiada.

Durante o depoimento, Cid afirmou que Bolsonaro recebeu, leu e fez alterações em uma minuta golpista -um texto de um possível decreto para implantar estado de sítio ou de defesa, que teria de ser aprovado pelo Congresso.

“De certa forma, ele [Jair Bolsonaro] enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor [Alexandre de Moraes] ficaria como preso”, disse Cid.

INTERROGATÓRIOS
A 1ª Turma do STF começou na 2ª feira (9.jun) a interrogar os réus do núcleo crucial na ação penal por tentativa de golpe de Estado. Segundo a PGR, os integrantes desse grupo teriam sido responsáveis por liderar as ações da organização criminosa que tinham como objetivo impedir a posse de Lula.

O 1º a depor foi Cid por ser o delator no caso. Ainda na 2ª feira, Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado e ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), também prestou depoimento. Os demais serão ouvidos em ordem alfabética:

Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice em 2022. Ele está preso no Rio e será ouvido por videoconferência.

Os interrogatórios devem ser finalizados até a 6ª feira (13.jun). O 1º a ser ouvido foi Mauro Cid, que fechou um acordo de colaboração com o STF. A ordem alfabética foi estabelecida assim para que todos tenham conhecimento do que o delator falou e, assim, possam exercer o amplo direito de defesa.

Todos os réus do núcleo são obrigados a comparecer nos interrogatórios, mas podem permanecer em silêncio e responder a algumas ou nenhuma pergunta. O relator, ministro Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados podem fazer perguntas. Se outros ministros da 1ª Turma comparecerem, também podem questionar os réus.

Depois de terem sido interrogados, os réus não precisam mais comparecer. O único do grupo que não irá até o plenário da 1ª Turma é o general Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro. Ele participa por videoconferência.

Os interrogatórios fazem parte da etapa de instrução criminal -momento de produção de provas. Já foram ouvidas as testemunhas de acusação e defesa e ainda podem ser produzidas provas documentais e periciais que forem solicitadas pelas partes e autorizadas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.

Eventuais diligências para esclarecer algum fato apurado durante a instrução também podem ser realizadas. Só depois dessa etapa é que a acusação e as defesas devem apresentar suas alegações finais e Moraes preparará o relatório final para o julgamento.

Os interrogatórios são transmitidos no canal do STF no YouTube e na TV Justiça ao vivo. No Brasil, o interrogatório de réus em ações penais é, por regra, um ato público. Embora a transmissão ao vivo não seja comum, o STF já permitiu acesso de jornalistas e do público em outros casos semelhantes.

Até esta 3ª feira (10.jun), falaram: Mauro Cid, Alexandre Ramagem, o Almir Garnier e o Anderson Torres.

Fonte: Poder360

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