
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realizará, no dia 5 de outubro, a prova para seleção de 80 estudantes que formarão uma turma de medicina voltada exclusivamente para sem-terras e quilombolas, que são beneficiários do Programa Nacional de Educação para Áreas da Reforma Agrária (Pronera). Esta é a primeira vez que o programa, criado em 1998, oferece vagas em medicina — até então restrito a cursos como pedagogia da terra, direito, agronomia, engenharia agrícola, veterinária e zootecnia. A medida gerou polêmica e foi criticada por associações médicas.
O processo, no entanto, gerou controvérsia. Entidades médicas de Pernambuco — entre elas o Conselho Regional de Medicina (Cremepe), o Sindicato dos Médicos, a Associação Médica de Pernambuco e a Academia Pernambucana de Medicina — divulgaram nota criticando a iniciativa. Para elas, a criação de um vestibular paralelo ao Enem e ao Sisu fere o princípio da isonomia e “representa um precedente grave e perigoso para a educação médica no Brasil”.
A UFPE, por sua vez, esclareceu que as vagas destinadas ao Pronera são adicionais, não interferem nas oferecidas pelo Sisu e estão amparadas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que assegura autonomia universitária para criação de vagas supranumerárias voltadas a políticas públicas específicas. O Ministério da Educação também prevê a possibilidade de ampliar oportunidades dessa forma.
Com informações do G1