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Trump ameaça Putin com submarino nuclear após Rússia testar novo míssil

O presidente dos Estados UnidosDonald Trump, criticou nesta segunda-feira (27) o presidente da RússiaVladimir Putin, por testar um novo míssil nuclear intercontinental, e devolveu uma ameaça ao afirmar que seu país tem um submarino nuclear posicionado na costa da Rússia.

A fala de Trump ocorreu após Putin ter dito no domingo que a Rússia testou com sucesso seu novo míssil intercontinental de cruzeiro 9M730 Burevestnik movido a energia nuclear, uma arma com capacidade de carregar ogivas nucleares que, segundo Moscou, pode perfurar qualquer escudo de defesa, e que avançará para a implantação da arma.

Putin chamou o novo míssil de “arma invencível”. O Burevestnik voou por 14 mil km durante cerca de 15 horas “e não atingiu seu alcance limite”, segundo o general das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov.

Um míssil é considerado intercontinental quando tem acima de 5,5 mil km de alcance. Com 14 mil km, é possível atingir qualquer ponto dos EUA.

Questionado no avião presidencial Força Aérea Um sobre o teste do míssil, apelidado de SSC-X-9 Skyfall pela aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Trump disse que os Estados Unidos não precisavam voar tão longe, pois tinham um submarino nuclear na costa da Rússia.

A fala de Trump pode ter sido referência a um posicionamento de dois submarinos nucleares que ele disse que faria no início de agosto, em outro momento em que as tensões entre os EUA e a Rússia escalaram. À época, o presidente americano retaliou ameaças feitas por Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e aliado de Putin.

É possível que o submarino que Trump afirma estar próximo à costa russa seja da classe Ohio, que são os pilares da dissuasão nuclear dos EUA. Entretanto, diferentemente do que disse Trump, há submarinos de maiores dimensões, como os russos de classe Typhoon, segundo fontes especializadas em tecnologia militar.

Trump disse ainda que o líder russo deveria focar em acabar com a guerra na Ucrânia em vez de testar mísseis.

Desde que anunciou pela primeira vez o Burevestnik em 2018, Putin lançou a arma como uma resposta aos movimentos dos EUA para construir um escudo de defesa antimísseis depois que Washington em 2001 se retirou unilateralmente do Tratado de Mísseis Antibalísticos de 1972 e para ampliar a Otan.

Questionado sobre a fala de Trump, o Kremlin disse que a Rússia é guiada por seus próprios interesses nacionais e não viu motivo para o teste com o novo míssil prejudicar as relações com a Casa Branca.

“Apesar de toda a nossa abertura para estabelecer um diálogo com os Estados Unidos, a Rússia, em primeiro lugar, e o presidente da Rússia, são guiados por nossos próprios interesses nacionais”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. O representante do governo russo disse ainda que o país busca garantir sua própria segurança ao desenvolver novas armas.

EUA e Rússia estão atualmente em uma escalada de tensões por conta de uma frustração de Trump por não conseguir terminar a guerra da Ucrânia, que completará quatro anos em fevereiro. Na semana passada, o líder americano aplicou sanções econômicas à Rússia, e Medvedev disse que os EUA “entraram de vez no caminho da guerra” contra o país.

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