Bahia tem 11.934 vagas de concursos abertas para todos os níveis de escolaridade

Enquanto muita gente segue aproveitando as férias e os eventos de verão, concurseiros estão a todo pique nas preparações para os mais diversos concursos públicos que acontecerão ainda no primeiro semestre deste ano. Na Bahia, atualmente, são 11.934 vagas abertas, em meio a oportunidades de nível fundamental, técnico, médio e superior.

Entre as opções, concursos como o do Instituto Federal Baiano (IF Baiano), do TSE Unificado, com vagas para o TRE-BA, e da Polícia Penal do Estado da Bahia estão entre os mais requisitados localmente. No plano nacional, o Concurso Nacional Unificado (CNU), do Ministério Público da União, do TRF 1 e da Caixa Econômica Federal também estão entre os mais aguardados.

Professor com foco em preparação para concursos públicos há 16 anos e diretor da Acerte Concursos, Alan Vinícius (@prof.alanvinicius) chama a atenção para o aquecimento no mundo dos concursos que pode ser observado já no início de 2024, o que faz com que o interesse pelas provas e métodos de estudos esteja lá em cima.

“Na Bahia, temos três grandes momentos em que a procura se torna maior. Janeiro, porque as pessoas estão modificando uma atmosfera de ano, em março, pós-Carnaval, em que há um recomeço de ano, e também no segundo semestre. Este ano, no entanto, já começamos com muitas publicações”, pontua.

Depois de muitos anos distante de qualquer rotina de estudos, Maurício Bahia, 55, decidiu que se arriscaria em um certame em setembro do ano passado, ainda sem ter certeza de qual prova prestaria. Depois de escolher a carreira administrativa, Maurício passou a focar no CNU, mas, depois de conferir o edital, mudou de ideia e passou a se preparar para a prova do TRE.

Atualmente desempregado, Maurício tem conseguido dedicar de oito a nove horas de estudos por dia, de segunda a sexta-feira, conciliada com a administração da própria casa e da casa da mãe. Seu método consiste em assistir vídeo aulas e resolver exercícios.

“Escolhi trilhar esse caminho a longo prazo. Farei o concurso para passar, mas, se não acontecer, continuarei estudando. Tenho um planejamento equilibrado, estou entrando em um mundo novo, fazendo as coisas com calma”, conta.

Estabilidade financeira

O incômodo com a falta de previsibilidade em relação à continuidade no trabalho, e o temor de ser demitida é o que têm feito a auxiliar administrativa Juliana Dantas, 28, apostar as fichas nos concursos do INSS e do CNU, grupo 8 – nível intermediário, com cargos de nível médio e técnico para a Funai, IBGE e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Além do trabalho atual, Juliana atua como fotógrafa, é técnica em enfermagem e estudante de contabilidade, mas é através do concurso público que espera alcançar a tranquilidade e segurança que almeja. “Tentei empreender, porém, como não tinha apoio, ficou muito difícil essa jornada sozinha. Tenho ansiedade e a falta de segurança me deixa muito mal. Acredito que não temer ser demitida a qualquer momento vai ajudar a melhorar a minha saúde”, explica.

Devido ao trabalho, a rotina de estudos de Juliana oscila ao longo da semana, mas costuma acontecer com duas a quatro horas de dedicação diária. Assistir a vídeo aulas e resolver questões, segundo ela, são métodos que funcionam para tornar o processo mais fácil.

Já a pedagoga Roberta de Araujo encontrou em um grupo de amigos a oportunidade para ter mais constância e ânimo em sua jornada enquanto concurseira. Ela montou um grupo de estudos com mais três amigos para dialogar sobre processos seletivos, trocar editais, informações e explicar os assuntos. O foco da turma é o CNU, grupo 7 – Gestão Governamental e Administração Pública.

“Das outras vezes, estudei sozinha, foi difícil manter a rotina, procurar motivação para manter a constância. Em grupo é mais fácil, pois temos o apoio um do outro. Montamos uma grade de estudos semanais, estilo rodízio, onde cada dia um fica responsável por explicar o tema”, afirma Roberta.

Professora de história, ela chegou a ser aprovada em um concurso para Agente Comunitária de Saúde na cidade de Santo Estevão, mas decidiu não assumir para priorizar a carreira na educação. “Gosto de trabalhar com a educação pública. Escolhi fazer concurso para aliar isso à estabilidade financeira que almejo”.

Para os que estão querendo iniciar uma rotina de estudos em busca de aprovação, planejamento e organização são imprescindíveis, fala Alan. O professor destaca a importância de determinar uma base semanal de horas de dedicação, ao invés de diária. “De segunda à sexta-feira, tem gente que tem uma rotina, e aos finais de semana tem outra. Então, ao estabelecer a totalidade das horas de estudos, é preciso pensar em uma base semanal, porque você pode estudar duas horas diárias durante a semana e, aos sábados e domingos, cinco horas”, esclarece.

O professor pontua ainda que é importante definir uma carreira a ser seguida e garante que atirar para todos os lados não é uma estratégia interessante. “Grupos de instituições similares vão ter as mesmas características de abordagem. Fazer provas diversas só é interessante enquanto treinamento de luxo, para ter a vivência de prova de concurso, pelo ganho pedagógico e emocional, mas não tem como se dedicar a todos os tipos de provas”.

Fonte: ATarde

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