A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) está prestes a lançar uma licitação para contratar um serviço de troca de mensagens por celular. De acordo com o presidente da agência, Ricardo Capelli, a nova plataforma será similar ao WhatsApp, mas com a diferença de ser um serviço corporativo, inicialmente restrito aos servidores da agência.
O novo sistema será um teste para um projeto que, no futuro, poderá ser expandido para todos os órgãos federais.
O desenvolvimento deste serviço ocorre em meio a um conflito entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Rede X, antigo Twitter, de Elon Musk. Alexandre de Moraes suspendeu o funcionamento da Rede X no Brasil, alegando que Musk não cumpriu ordens do STF.
A iniciativa de criar uma plataforma própria de mensagens antecede esse confronto. Capelli recorda que, durante o Governo Rousseff, ministros e outras autoridades foram alvo de espionagem pela Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA, com alguns números de telefone supostamente grampeados.
A criação do sistema seria uma forma de preservar o sigilo das comunicações. Segundo Capelli, mais de dez empresas brasileiras já demonstraram interesse em desenvolver a plataforma corporativa.
Capelli destaca a importância de criar um sistema totalmente nacional, argumentando que não se trata de paranoia ou teoria da conspiração, mas sim de garantir a segurança das comunicações, visto que já ocorreram diversos casos de quebra de sigilo de mensagens.
Capelli também frisou que o objetivo não é banir as plataformas de mensagens existentes, mas sim criar uma alternativa segura, buscando soberania nacional e segurança na troca de informações.
Ele alerta para os riscos envolvidos quando policiais federais e funcionários da Abin utilizam plataformas estrangeiras para troca de informações.
Embora a ABDI ainda não tenha estimado os custos para a criação do novo sistema, a expectativa é que o projeto não demande cifras milionárias, uma vez que as empresas estão interessadas em participar do desenvolvimento.
