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Fux expôs “flagrante falta de provas” contra Bolsonaro, diz WSJ

Um artigo de opinião publicado neste domingo (14) no jornal americano The Wall Street Journal (WSJ) afirmou que o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux — que absolveu Jair Bolsonaro no processo sobre a suposta tentativa de golpe — mostra como houve uma “flagrante falta de provas para apoiar as acusações” contra o ex-presidente.

O artigo, assinado pela colunista Mary Anastasia O’Grady, que escreve sobre a política na América Latina, ainda ressaltou que Luiz Fux, membro da Corte brasileira desde 2011, foi indicado ao cargo pela “presidente protegida de Lula, Dilma Rousseff”.

Para o WSJ, o julgamento contra Bolsonaro foi ideológico, e não judicial. “O juiz que presidiu o caso foi Alexandre de Moraes, um conhecido adversário de Bolsonaro. Ele votou para condenar em todas as cinco acusações. Assim como o juiz Flávio Dino, ex-ministro da justiça de Lula. O ex-advogado pessoal do Sr. da Silva, o juiz Cristiano Zanin, também o declarado culpado. Isso foi o suficiente para condenar, embora um quarto juiz, nomeado por Lula, também se juntou à maioria”, escreveu O’Grady.

A colunista ainda ressaltou o cenário em que o julgamento aconteceu. Bolsonaro, um “crítico franco do STF e do sistema eletrônico eleitoral”, pediu diversas vezes alguma forma de auditoria do pleito — sem sucesso. “Como candidato e como presidente, ele poderia ser desrespeitoso e desprezar o protocolo. Fez dele um herói para milhões de brasileiros que se sentiram esquecidos e um inimigo da corte”, afirma O’Grady.

O artigo também relembra quando o STF anulou a condenação do atual presidente Lula por corrupção em 2017, que havia sido “confirmada em duas instâncias”. “A decisão deixou Lula livre por um tecnicismo e veio depois que o estatuto de limitações fez com que fosse tarde demais para reabrir o caso”, analisa o jornal americano.

O texto completa ainda com a atuação da mídia, que “sensacionalizou” a notícia de um encontro entre Bolsonaro e a alta cúpula do governo que teria, segundo o STF, discutido um golpe de estado em caso de derrota nas urnas. “O tribunal não demonstrou que o Sr. Bolsonaro participou de qualquer um [dos encontros]”, escreveu a colunista.

Segundo ela, aliás, “em um país sério, o juíz Moraes, como suposto alvo da suposta conspiração, teria se recusado” a participar do julgamento.

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