
A saída antecipada do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) movimentou os bastidores políticos em Brasília e abriu uma nova corrida por indicações à mais alta Corte do país. Entre ministros de tribunais de contas e nomes ligados ao governo federal, uma apuração exclusiva do Fato67 revela que a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) passou a ser considerada como uma das opções do presidente Lula para ocupar a vaga.
Fontes com trânsito no Senado e no Palácio do Planalto confirmaram à reportagem que o nome de Soraya começou a ganhar força como uma alternativa política capaz de transitar entre diferentes campos partidários. Apesar de ter construído sua carreira com pautas liberais e alinhamento anterior ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a senadora manteve, nos últimos meses, uma postura de diálogo com o atual governo, apoiando votações estratégicas e evitando embates diretos com o Planalto.
Para o governo Lula, a indicação de uma mulher oriunda do Senado teria peso simbólico e político. Atualmente, a Corte conta apenas com a ministra Cármen Lúcia, após a aposentadoria de Rosa Weber, e cresce a pressão por maior representatividade feminina no STF.
Outro ponto avaliado é o perfil pragmático da senadora. Soraya mantém boa relação com diversos colegas da Casa, o que poderia facilitar sua aprovação tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quanto no plenário do Senado — etapas obrigatórias para a confirmação do nome indicado.
Se confirmada, a escolha sinalizaria uma guinada estratégica do presidente Lula, que deixaria de priorizar nomes técnicos do núcleo jurídico do governo para apostar em uma indicação de perfil mais político — movimento que teria impacto direto nas relações com o Congresso e na repercussão pública da decisão.
Até o momento, o Planalto evita confirmar oficialmente qualquer movimentação. No entanto, nos bastidores de Brasília, Soraya Thronicke já é tratada como uma das cartas sobre a mesa para a vaga aberta com a saída de Barroso.
Fonte: Política Voz