
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa 80 anos nesta segunda-feira (27). A idade lhe traz uma nova marca: ser o primeiro octogenário no exercício do Poder Executivo.
Na última quinta-feira (23), durante visita à Indonésia, Lula disse que vai disputar seu quarto mandato em 2026. No país, ele também comemorou seu aniversário de forma antecipada.Play Video
“Eu vou completar 80 anos, mas pode ter certeza que eu estou com a mesma energia de quando eu tinha 30 anos de idade. E vou disputar um quarto mandato no Brasil”, declarou o presidente.
Lula sempre condicionou uma nova tentativa de reeleição à sua saúde. Em setembro, chegou a declarar que “80 anos de idade é o tempo da maturidade máxima do ser humano”.
No último ano, ele se tornou o presidente mais velho a estar no poder, em seu aniversário de 79 anos.
Até então, empatava como chefe do Executivo mais velho com Michel Temer (MDB), que deixou o poder em 2018 com 78 anos.
Outros presidentes acabaram seu mandato na casa dos 70 anos, como:
- Getúlio Vargas: 72 anos
- Ernesto Geisel: 71 anos
- Fernando Henrique Cardoso: 71 anos
A CNN Brasil fez um levantamento com a idade em que cada líder deixou o poder, confira:
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Longevidade pode ser “feito” e “sintoma”
Para o cientista político e professor de sociologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie Rogério Baptistini, a longevidade de Lula pode ser um feito e um sintoma.
“É o feito de quem sobreviveu às forças que tradicionalmente destroem as lideranças populares no Brasil — a elite econômica, a máquina judicial e o conservadorismo político”, cita. “Mas também é sintoma de um país que não consegue renovar seu campo progressista, dependendo reiteradamente do mesmo personagem”, prossegue.
Estar aos 80 anos no poder, para o professor, representa que Lula tem a força de “uma biografia única”.
“Mas revela também a ausência de um projeto de modernização política capaz de ir além do carisma individual. Lula é, em certo sentido, o herói e o limite da própria história que o produziu”, explica o professor.
Pesquisa Genial/Quaest divulgada no início do mês mostra que 56% dos eleitores dizem que Lula não deve se candidatar à reeleição no próximo ano. Outros 42% dizem que sim e 2% não sabem ou não responderam.
No entanto, a maioria dos que opinaram por uma “não candidatura” são apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (97%); da direita “não bolsonarista” (89%); e independentes (66%).
Os lulistas (96%) e os da esquerda “não lulista” (75%) são os que mais apoiam uma nova campanha presidencial.
Ao mesmo tempo, a aprovação do governo vive seu melhor momento em quase um ano. São 48% que aprovam e 49% que desaprovam. Não sabem ou não responderam, 3%.
Outro levantamento, da AtlasIntel/Bloomberg, mostra que 51,2% aprovam Lula e 48,1%, desaprovam.
Segundo o professor Baptistini, o que se exige de um líder maduro é consciência histórica e capacidade de autocrítica.










